segunda-feira, 8 de novembro de 2010

para que eu continue de pé

Eu preciso acreditar que existe um céu diferente para onde vão os animais e as plantas mortas. Eu preciso acreditar que este céu é uma espécie de chácara, bem grande, da qual meu pai é o caseiro. Eu preciso acreditar que lá tem um grande lago, onde meu avô pesca. Eu preciso acreditar que eu só existo para, um dia, encontrar todos por lá. Eu preciso acreditar que não é um padre quem poderá salvar a minha alma que agoniza, mas a grandeza de ajudar quem sofre mais do que eu. Eu preciso acreditar que o poço que abriga a água da minha sede está logo ali, é só caminhar. Eu preciso acreditar que a minha missão é importante. Eu preciso acreditar que nada vai mudar, se eu não me mexer. Eu preciso acreditar que minha existência seria bastante vazia, se eu não tivesse a mente tão perturbada. Eu preciso acreditar que a paz existe, ainda que eu não a conheça. Eu preciso acreditar que tudo o que eu amo não se acabou, e não vai se acabar... nunca.

8 comentários:

Unknown disse...

Precisamos acreditar...

Leonardo Afonso disse...

ao menos você consegue imaginar esse lugar. minha imaginação é péssima. uma coisa eu lhe asseguro: nossos diálogos são uma das coisas que me mantêm de pé!

victor pompêo disse...

"Porque a vida, por todos os seus descarados absurdos, grandes e pequenos, dos quais está tranquilamente repleta, tem o inestimável privilégio de poder prescindir daquela estúpida verossimilhança, à qual a arte se crê obrigada a obedecer" - Pirandello

Rodrigo Caetano Pinto disse...

'tudo o que me dá uma emoção boa me faz pensar logo em você'

Letícia Campos Padula disse...

precisamos acreditar (2)
muito bem escrito seu texto, parabéns!
estou te seguindo, grande beijo e uma ótima semana!

Daniela disse...

Adoraria que isso fosse real. Gostaria de visitar a chácara do meu pai também.Eu sei que é dificílimo conviver com as saudades, mas tenho certeza que todos temos uma missão. Lindíssimo seu texto.Quem sabe a gente não possa escolher o próprio céu?

victor pompêo disse...

E aí hoje eu descobri como o mundo é realmente pequeno. Fui assistir à pré-estreia de HP7: um amigo disse que seu colega de quarto iria com ele e uma amiga e me convidou pra ir. No meio da quilométrica e infinita espera, uma surpresa: a garota, grande responsável pela realização do passeio, tinha sido, antes de universitária, aluna do projeto de extensão que hoje eu coordeno.

Não bastasse a coincidência, descubro ainda outra coisa: enquanto perguntávamos de que parte do país era cada um do grupo, minha origem guarulhense encadeou um comentário: ela cursava pedagogia e conhecia algumas pessoas da UNIFESP de Guarulhos. Algumas pessoas entre as quais estava... você.

Não me pergunte como uma saída ao cinema com amigos de amigos de amigos numa cidade no outro canto do estado pode acabar com tantas coincidências. Eu só achei que seria legal contar essa história aqui -- até porque a Ellen, bixete de pedago da UNICAMP nesse ano, fez questão de pedir que eu mandasse lembranças (:

Lau Siqueira disse...

grato pelo meu poema aí, escancarado. abraços!