quarta-feira, 9 de julho de 2008

acabou um pouquinho

Esse semestre passou rapidão, hem... Deixa eu contar, passei direto em todas as matérias! E isso não acontecia comigo há muuuito tempo. É estranho, mas muito empolgante! É que eu gosto de estudar na Faculdade. Lá eu leio por prazer!

Fiquei um pouco triste quando li Bourdieu e descobri que a escola reproduz todas as desigualdades da sociedade. (Mas atenção, não vamos desistir dela!)

"Com efeito, para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos os mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes classes sociais. Em outras palavras, tratando todos os educandos, por mais desiguais que sejam eles de fato, como iguais em direitos e deveres, o sistema escolar é levado a dar sua sanção às desigualdades iniciais diante da cultura."

Piaget nos ajuda a decifrar o mundo tão bonito das crianças, é impossível ler e permanecer indiferente.

"O pensamento para a criança - já que esta anima os corpos inertes e materializa a vida da alma -é uma voz, voz essa que está na boca ou 'uma pequena voz que está por trás', e esta voz é 'do vento' (termos antigos anima, psique, rouch, etc.). Os sonhos são imagens, em geral, um pouco terríveis, enviadas pelas luzes noturnas (a lua, as lâmpadas) ou pelo próprio ar, que vêm encher o quarto. Ou, um pouco mais tarde, são concebidos como vindo de nós, mas como imagens que estão na cabeça quando se está acordado e que saem para se colocar sobre a cama ou no quarto, logo que se dorme. Quando alguém se vê a si próprio no sonho, é porque está duplo; a pessoa está na cama olhando o sonho, mas também 'no sonho', como duplicata imaterial ou imagem."

Também li Horkheimer! "Eclipse da Razão", um livro denso, no começo um pouco chato, mas com umas sacadas ótimas!

"Os verdadeiros indivíduos do nosso tempo são os mártires que atravessaram os infernos do sofrimento e da degradação na sua resistência à conquista e à opressão, e não as personalidades bombásticas da cultura popular, os dignatários convencionais. Esses heróis não celebrados expuseram conscientemente a sua existência como indivíduos à aniquilação terrorista que outros arrostam inconscientemente através dos processos sociais. Os mártires anónimos dos campos de concentração são os símbolos da humanidade que luta para nascer. A tarefa da filosofia é traduzir o que eles fizeram numa linguagem que será ouvida, mesmo que as suas vozes finitas tenham sido silenciadas pela tirania."

Não dá pra citar aqui todos os autores, mas coloquei pedacinhos de alguns que eu mais gostei. Se acharem legal, leiam a obra completa! Vale a pena.

Me bateu agora o maior entusiasmo pela educação.

Beijos!

Um comentário:

Gabri disse...

tá ficando culta, hem?
hahaha

(sua foto nova tá engraçada :B)