quarta-feira, 5 de outubro de 2011

noite passada eu sonhei

Noite passada eu sonhei com meu pai. Ah, vocês vão dizer, lá vem ela de novo! Acreditem, nem eu me aguento mais. Chega, Carolina, chega de fazer deste blog um espaço para se falar da morte do seu pai. Eu tento mudar o assunto, juro que tento. Mas está na minha cabeça o tempo inteiro.

Por favor, por tudo que é sagrado, não fiquem assim quando a morta for eu. Por favor, sigam suas vidas e não fiquem falando de mim a cada cinco minutos, não percam horas de sono chorando. Passa tudo tão depressa e é tão pesado, tão pesado. Como dizia a menina de um livro que eu li certa vez, quando já se tem seu quinhão de tristezas, não se deve procurar mais.

O sonho, eu preciso dizer, foi grandioso. Como todos os outros que tive com ele (foram mais ou menos 730). Ele voltava para ficar comigo por um dia e eu -- fraca -- não conseguia aproveitar, não conseguia nem falar com ele direito. Só ficava pensando: "daqui a pouco ele vai embora, e como vai doer, daqui a pouco ele vai embora de novo..." enquanto as preciosas horas iam passando e ele fazia suas caretas engraçadas para mim.

2 comentários:

Ana Carolina disse...

É engraçado como a dor faz a gente se acostumar, seu sofrimento já deve ser habitual, infelizmente a gente nunca para de sofrer quando alguém que a gente ama vai embora, a dor só se esconde, e torna-se parte de nós. Eu perdi minha tia-avó (mais vó do que tia) há mais ou menos 4 anos, e quando tudo silencia, e eu penso, a dor me lembra que ela está no meu coração, e também lembra que só doi porque era real, era muito amor, e isso a morte não nos tira.

Fique bem.

Rodrigo Caetano Pinto disse...

Um beijo e uma flor.